15 mai 2015

Sustentabilidade na empresa começa com clima organizacional

entrevista-greenclick

Ser sustentável está na moda, mas vai além de separar o lixo reciclado ou economizar água. Na verdade, o conceito é abrangente e envolve o consumo consciente dos cidadãos e a própria cultura corporativa das empresas. Este último ponto, inclusive, cresceu em importância nos últimos anos. Uma pesquisa da Uniethos mostra que 90% das companhias entrevistadas reconhecem a necessidade de investimentos futuros nesta área.

Para entender mais sobre esse conceito, conversamos com Roberta Valença, CEO da Arator, consultoria especializada em projetos de sustentabilidade e inovação. Acompanhe a entrevista:

Por que as corporações aumentaram os investimentos em sustentabilidade empresarial?
Cada vez mais as empresas serão responsáveis pela cadeia produtiva em que estão inseridas e, assim, cresce a necessidade de saber exatamente onde, quando e como cada operação se realiza. Olhar de forma sistêmica para o próprio processo pode gerar novas possibilidades de fazer as mesmas coisas de um jeito mais eficaz e sustentável.

Esse processo deve ser encarado como um plano a médio ou a longo prazo?
Implementar a sustentabilidade significa gerar uma mudança na abordagem das iniciativas da empresa, o que requer tempo e dedicação. Instituir uma cultura de longo prazo é um desafio para qualquer troca de valores em uma organização.

Qual o primeiro passo para as organizações começarem estratégias sustentáveis?
O ponto principal envolve o clima organizacional. Ele precisa ser inclusivo e aceitar todos os insights dos funcionários. Cada colaborador tem um desejo pessoal ou uma causa que, de alguma forma, pode se relacionar aos objetivos da empresa. Entretanto, para essa ligação acontecer, o setor de Recursos Humanos e a diretoria executiva devem planejar ações, como treinamentos e projetos de capacitação que aproximam as pessoas das propostas da corporação.

Como estimular diferentes perfis de colaboradores em prol de uma mesma causa?
Essa questão tem a ver com o programa de atração e retenção de talentos da empresa. Na hora de contratar, o ideal não é buscar pessoas que apenas precisam de emprego, e sim as que compartilham as mesmas causas da empresa. Além disso, trabalhar com o incentivo a longo prazo para os que já trabalham é válido porque evita que as pessoas fiquem no modus operandi, o que atrapalha a produtividade. Colaboradores no automático não enxergam razão no que fazem, não se envolvem e, consequentemente, produzem resultados aquém de suas possibilidades.