Com árvores e energia limpa, é possível reduzir a poluição atmosférica
Andar pelas ruas das grandes cidades pode ser uma experiência ruim. Nem tanto pela falta de segurança ou as poucas opções de mobilidade, mas também pela baixa qualidade do ar em muitas regiões. O grande fluxo de veículos, a forte concentração de indústrias e a crescente demanda energética fazem com que partículas tóxicas invadam a atmosfera e sejam inaladas pela população.
É preciso buscar soluções para reverter esse quadro. Caso contrário, a sociedade vai sofrer cada vez mais com doenças relacionadas à poluição do ar.
Documento divulgado pela Agência Internacional de Energia (AIE) aponta que essa questão já é a quarta maior ameaça à saúde humana, atrás apenas de pressão alta, hábitos alimentares e fumo. O levantamento estima que 6,5 milhões de mortes por ano em todo o mundo são decorrentes da péssima qualidade do ar. Destes óbitos, 3 milhões são considerados prematuros. Os poluentes podem causar câncer de pulmão, AVC e doenças cardíacas a longo prazo, mas também desencadeiam problemas como ataques cardíacos, que matam mais rápido. O estudo alerta que se não houver uma mudança de comportamento, esse índice deve aumentar até 2040.
Uma necessária transformação passa pela matriz energética do Brasil. Hoje, as fontes não-renováveis, como petróleo e seus derivados, ainda correspondem a 58,8% do total, segundo dados do estudo “Resenha Energética Brasileira”, do Ministério de Minas e Energia. Ou seja, a sociedade civil ainda é refém de um processo altamente poluente na geração de energia, contaminando o ar das cidades. É necessário investir em fontes mais verdes, como energia solar, eólica e biomassa. O Greenpeace, por exemplo, defende que em 2050 o Brasil pode ter uma matriz 100% limpa e renovável.
Depois, é preciso adotar medidas de preservação ambiental, contribuindo para frear a emissão de poluentes na atmosfera. Para isso, a alternativa mais simples é promover o plantio de árvores em diferentes locais, garantindo a melhora na qualidade do ar. Não adianta derrubar hectares de florestas para construir uma hidrelétrica ou parque eólico. A mudança da matriz energética exige inteligência, estratégia e planejamento para que as fontes geradoras possam aproveitar o que cada região oferece, sem degradar o meio ambiente.
Em uma época em que grande parte da população almeja melhorar a qualidade de vida, pensar no ar que respiramos é um dos primeiros passos para uma rotina mais saudável. Com fontes de energia limpas e mais espaços verdes, os centros urbanos deixam de espalhar doenças e passam a compartilhar momentos prazerosos para todos os cidadãos.
* Flávia Pini é Diretora de Marketing da GreenClick, empresa que contribui com a neutralização da emissão de CO2 no país
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