19 ago 2016

Começa a temporada de caça às queimadas

queimada

Após as águas de março fecharem o verão, o Brasil entra em um período delicado para a questão ambiental. A falta de chuva no outono e inverno, principalmente entre os meses de junho a agosto, faz com que o clima torne-se extremamente seco e propício para o aparecimento de uma das maiores vilãs do aquecimento global: as queimadas. Os incêndios em matas e florestas aceleram o processo de efeito estufa e precisam ser combatidos com o reflorestamento contínuo.

Só nos primeiros sete meses de 2016 houve um crescimento exponencial de queimadas no Brasil. De acordo com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foram quase 47 mil focos em todo o país, muito acima dos 28.676 registrados no mesmo período de 2015. O ano passado, inclusive, já tinha registrado um aumento de 27,5% em relação a 2014 e foi o segundo maior registro da série histórica iniciada em 1999. Pelo visto, mais um recorde negativo se aproxima.

Além dos riscos já conhecidos à saúde, principalmente no sistema respiratório, as queimadas representam uma grave questão para a sustentabilidade e preservação ambiental. Estimativas mostram que os focos de incêndios em biomas estão entre as principais causas do aquecimento global. Não só pela fumaça cheia de dióxido de carbono lançada na atmosfera, mas também por devastar vários quilômetros de árvores que, no futuro, poderiam contribuir para reduzir a quantidade de gás carbônico.

A questão preocupa e faz o poder público se mexer para traçar estratégias de combate nestes meses. Por mais que a estiagem facilite as queimadas, é preciso conscientizar a população para, ao menos, reduzir os focos. O primeiro passo é impedir que as pessoas desmatem as florestas ateando fogo. Depois, é preciso descartar de maneira correta alguns materiais que facilitem a propagação de incêndios. Por fim, é necessário promover reflorestamento em áreas que sofreram com devastação.

Apontada em diversas situações como a responsável pelas queimadas, a falta de chuva não pode servir como desculpa para o combate e prevenção. Na realidade, deve ser um estímulo para que a sociedade civil possa fazer sua parte e contribuir para que o tempo seco não destrua ainda mais a fauna e flora do Brasil.

 

* Flávia Pini é Diretora de Marketing da GreenClick, empresa que contribui com a neutralização da emissão de CO2 no país