Brasil avança no Acordo de Paris
Reconhecido pela beleza de seus recursos naturais, o Brasil sempre ocupou papel de destaque quando o assunto é meio ambiente e sustentabilidade. Foi assim quando negociou e aderiu ao Acordo de Paris, em dezembro, um tratado climático que visa conter a emissão de gases do efeito estufa e limitar o aquecimento global. Agora, passados quatro meses da adesão ao contrato, o poder público corre para aprovar os termos internamente e implementar o quanto antes as medidas.
Nem mesmo a crise política do país atrasou essa demanda. Tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado Federal aprovaram o projeto de decreto legislativo que ratifica a adesão brasileira ao acordo global. Dessa forma, resta apenas a promulgação pelo próprio Congresso Nacional para entrar em vigor – o que deve acontecer em breve. Isso faz com que o Brasil torne-se uma das primeiras nações a aprovar suas metas. Até 2020, ao menos 55 países, que correspondem 55% das emissões globais, precisam sancionar seus objetivos para que o acordo saia do papel.
Com a aprovação no parlamento, o Brasil vai se comprometer, entre outros pontos, a reduzir 43% das emissões de gases do efeito estufa até 2030, extinguir o desmatamento ilegal na Amazônia, alcançar uma participação de 45% de energias renováveis na matriz energética e recuperar 12 milhões de hectares de florestas. Assim, o país espera contribuir para limitar o aquecimento global a, no máximo, 1,5ºC até o fim deste século.
Parecem ousadas, mas são metas totalmente alcançáveis se forem acompanhadas de políticas públicas que promovam o reflorestamento e, principalmente, impeçam a extração ilegal de árvores. O Brasil já ganhou reconhecimento internacional pela eficiência no combate ao desmatamento da Amazônia nos últimos dez anos. Contudo, é uma ação que não pode ficar restrita somente ao bioma, mas deve abranger outras regiões, como o Cerrado e o Pantanal. Além disso, é preciso apoiar iniciativas que realmente estimulam o plantio e a manutenção de árvores em áreas degradadas.
Ao acelerar seu processo interno, o Brasil passa uma importante lição para os demais países e mostra que realmente está disposto a fazer sua parte. Não há mais tempo a perder: estimativas mostram que a Terra já está em uma curva ascendente para bater os 3ºC de aquecimento global, muito acima do teto estipulado. Agora, basta ter essa mesma velocidade para criar ações que realmente reduzam a emissão de gases do efeito estufa nos próximos anos.
* Flávia Pini é Diretora de Marketing da GreenClick, empresa que contribui com a neutralização da emissão de CO2 no país
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