Os impactos socioeconômicos do aquecimento global
Por Flávia Pini *
Em 2100, a Terra estará mais quente e poluída. A maioria dos países terá temperaturas máximas acima de 35ºC e a concentração de dióxido de carbono deve chegar a 900 ppm (partes por milhão). Por exemplo, em 2015 o índice é de 400 ppm. No cenário mais otimista do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), o planeta deve ficar entre 0,3ºC e 1,7ºC mais quente. Na previsão mais pessimista, a expectativa é que este valor chegue à 5ºC.
Enquanto a responsabilidade humana pelo aquecimento global é mais evidente (relatório do IPCC indica 95% de certeza de influência do homem na poluição), o planeta continua sofrendo com as graves consequências do aumento de temperatura. Neste ritmo, haverá mudanças profundas na sociedade e na economia ao longo deste século. Confira algumas:
PIB mundial 23% menor até 2100
Um trabalho conduzido por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, analisou as consequências econômicas do aquecimento global. As revelações são impressionantes: este aumento na temperatura pode reduzir em 23% o potencial de crescimento do PIB mundial até 2100. Os países mais afetados seriam nações em desenvolvimento, que estão concentradas entre os trópicos. Isso aumentaria o desequilíbrio econômico do planeta: enquanto na América do Norte a projeção de perdas é de 5% do PIB, na América Latina o índice é de 75%.
30% das espécies seriam extintas
Um relatório produzido pela ONU avalia a vulnerabilidade de diversas regiões da Terra em relação ao aquecimento global. Um aumento de temperatura entre 1,5ºC e 2,5ºC pode causar a extinção de 30% das espécies vegetais e animais por conta do derretimento da calota polar e a consequente elevação do nível do mar – a fauna e a flora “se deslocariam” para pontos mais altos, saindo das condições ideais para sua sobrevivência. Para os humanos, o problema seria o aumento de tempestades ou secas, dependendo da região. As enchentes e ondas de calor seriam causadores de mortes e afetariam o rendimento agrícola, mesmo com a demanda cada vez mais crescente por alimentos. Além da acentuação de fluxos migratórios e possibilidade de conflitos armados na luta por recursos naturais escassos.
Soluções
A Terra está chegando ao limite e é preciso mudar hábitos para evitar este cenário apocalíptico. Um acordo global eficiente e colocado em prática pode reduzir emissões de poluentes na atmosfera, enquanto que cidadãos podem adotar medidas mais sustentáveis, como reciclagem do lixo e utilização consciente de recursos naturais. Passou da hora de pensarmos nas próximas gerações e tentarmos ao menos fazer algo em prol de salvar o nosso planeta.
* Flávia Pini é Diretora de Marketing da GreenClick, empresa que contribui com a neutralização da emissão de CO2 no país
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