20 jan 2016

Evento CES cada vez mais verde

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Robôs mais humanos, eletrodomésticos inteligentes e TVs que dobram como se fossem uma folha de jornal. A edição de 2016 do CES (Consumer Electronics Show), realizada em janeiro em Las Vegas (EUA), mostrou porque é o principal evento de tecnologia voltado para o consumidor em todo o mundo. Grandes marcas e startups inovadoras estiveram presentes e apresentaram suas soluções, ao mesmo tempo em que trocavam experiência e conhecimento para os próximos anos. Porém, antes de olhar para o futuro, a organização precisa garantir que o presente não devaste mais os recursos naturais do planeta Terra.

Ano a ano o evento busca incluir a sustentabilidade em pauta. A organização adotou medidas práticas, como a reciclagem dos materiais: apenas em 2015, mais de 46 mil metros quadrados de carpete e dois mil metros quadrados de banners magnéticos foram reciclados e 2,5 milhões de papéis “economizados” na sala de imprensa. Além disso, o CES criou o Green Grant, uma espécie de “bolsa-verde” que financia projetos sustentáveis e, neste ano, uma das principais novidades foi o chuveiro inteligente que avisa quando é hora de desligar e sair da água.

A preocupação se faz necessária. O avanço tecnológico nas últimas décadas pagou um preço muito alto para a natureza: nunca se poluiu tanto como agora. Antes da Revolução Industrial, no século 18, a concentração de carbono na atmosfera era de 280 ppm (partes por milhão). Nos anos 1980, o índice era de 340 ppm. Já em 2015, pela primeira vez na história passou de 400 ppm em todo o mundo, de acordo com dados da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). Não é mera coincidência que essa explosão na emissão de gases do efeito estufa ocorra justamente nas últimas três décadas.

Por trás das inovações tecnológicas, há um aumento exponencial no consumo de energia, para manter funcionando todos os gadgets. Um levantamento da ONG Greenpeace indica que apenas o cloud consome 684 bilhões de kWh (quilowatt-hora), à frente do consumo total de Brasil, Canadá e Alemanha, por exemplo. Para reverter este cenário, três medidas são essenciais.

A primeira é o plantio de árvores para neutralizar o dióxido de carbono emitido pelos datacenters. Depois, é preciso garantir que toda a cadeia de produção respeite normas ambientais. Por fim, é necessário criar estratégias para o descarte ecológico destes materiais quando não tiverem mais uso.

Pensar em soluções sustentáveis deixou de ser diferencial e passou a ser obrigação para as empresas. Hoje, não há espaço para quem ignora problemas ambientais e finge que não vê todos os desastres que acontecem ao seu redor. O Planeta Terra precisa, mais do que nunca, de uma ação conjunta para reverter o cenário pessimista que se desenha à nossa frente.

* Flávia Pini é Diretora de Marketing da GreenClick, empresa que contribui com a neutralização da emissão de CO2 no país